Ministra do STJ e corregedora-geral do Conselho Nacional de Justiça, Eliana Calmon participou de
encontro promovido por juízes federais, em São Paulo. Ao discursar, fez uma constatação e um chamamento.
Primeiro, a constatação: ”Muitas vezes, meia dúzia de vagabundos terminam por nos intimidar e nós ficamos reféns deles. Por que isso acaba acontecendo? Porque não se acredita no sistema. Ficamos pensando: ‘Vou me expor, colocar minha carreira em risco para não dar em nada?’.”
Agora, o chamamento: “A corregedoria quer apurar [as irregularidades cometidas por magistrados], não aceita que isso possa ser escondido, queremos trazer à luz aqueles que não merecem a nossa consideração. Um corregedor não faz isso sozinho. Preciso do meu exército, preciso dos bons juízes.”
Sob fogo cruzado de alguns de seus pares e de entidades que representam a corporação da toga, Eliana adota o linguajar de timbre militar dois dias depois de o ministro Luiz Fux, do STF, ter autorizado o CNJ a varejar as folhas salariais e as declarações de rendimentos de juízes e servidores de 22 tribunais do país. Parece ciente de que a guerra está apenas começando.